domingo, 7 de setembro de 2008

Ariano Suassuna

Nascido a 16 de junho de 1927 na cidade de Nossa Senhora das Neves, atual capital da Paraíba, Ariano Vilar Suassuna, oitavo dos nove filhos de João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna e Rita de Cássia Dantas Vilar Suassuna. Contava ainda pouco mais de três anos de idade e seu pai, que governara o Estado no período de 1924 a 1928, foi assassinado no Rio de Janeiro em conseqüência da luta política que se desencadeou na Paraíba às vésperas da Revolução de 1930. Nesse mesmo ano, Rita Vilar Suassuna resolve mudar-se com seus nove filhos, por motivo de segurança, para o sertão paraibano, indo instalar-se na fazenda Acahuan, de propriedade da família, e depois na vila de Taperoá, onde Ariano fez os estudos primários. Em 1942, os Suassuna mudam-se para o Recife, onde Ariano conclui o curso ginasial (Ginásio Pernambucano) e o colegial (Colégio Oswaldo Cruz). Em 1946, ao ingressar na Faculdade de Direito do Recife, Ariano Suassuna ligou-se ao grupo de jovens escritores, artistas e estudantes que, tendo à frente Hermilo Borba Filho, Joel Pontes, Gastão de Holanda, Genivaldo Wanderley e Aloísio Magalhães, acabavam de fundar o Teatro do Estudante de Pernambuco (TEP). Escreveu sua primeira peça em 1947, Uma Mulher Vestida de Sol, que obteve o primeiro lugar em concurso de âmbito nacional promovido pelo TEP (Prêmio Nicolau Carlos Magno, patrocinado pelo escritor Paschoal Carlos Magno, fundador do Teatro de Estudante do Brasil).Em 1950 forma-se em Direito. Neste mesmo ano recebe o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, muda-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e Auto da Compadecida (1955), premiada com a medalha de ouro da Associação de Críticos Teatrais (1957) e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”. Em 1956, deixa a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. Em 1957, no dia do aniversário de seu pai, 19 de janeiro, casa com Zélia de Andrade Lima, com quem tem seis filhos: Joaquim, Maria, Manuel, Isabel, Mariana e Ana Rita - que lhe dariam 13 netos. No mesmo ano, foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Companhia Sérgio Cardoso. Escreve O Santo e a Porca, com a qual ganharia também a medalha de ouron da Associação de Críticos Teatrais; em 1958, foi encenado O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; e em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro. Em 1959, em companhia de Hermílio Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). Em 1960 forma-se em Filosofia, pela Universidade Católica de Pernambuco. No início da década de 60, interrompe sua bem sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se a duas outras paixões: as aulas de Estética na UFPE e a sua obra de ficção, o Romance d´A Pedra do Reino, concebido como o primeiro volume da trilogia A Maravilhosa Desaventura de Quaderna, o Decifrador. Em 1976, defendeu na UFPE, a tese de livre-docência “A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira”. Aposenta-se como professor em 1994. Durante o período entre 1958-76 foram publicados o Romance d´A Pedra do Reino e o príncipe do sangue do vai-e-volta (1971), classificados pelo autor de “romance armorial-popular brasileiro”, laureado com o Prêmio Nacional de Ficção, conferido em 1972 pelo Instituto Nacional do Livro; e História d´O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão: Ao Sol da Onça Caetana (1976). Torna-se Membro Fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); é nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Com um concerto “Três séculos de música nordestina - do Barroco ao Armorial” - e uma exposição de gravuras, pinturas e esculturas, lança no Recife, o Movimento Armorial, que defenderia uma arte erudita nordestina a partir de suas raízes populares. Foi Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998), onde criou o programa “aula-espetáculo” que o levou pelo Brasil afora para falar aos estudantes sobre arte e cultura. Em 1989 é eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Em 1999, a sua obra poética foi reunida no volume Poemas, até então inédita em sua quase totalidade. Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000). Atual Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco. Texto extraido do SOM BARATO.

CD "A Poesia Viva de Ariano Suassuna", com poemas de Ariano recitados por ele e música de Antônio Madureira.
Total de MB do CD: 31.2
Poesias:

  1. Nascimento - O exílio
  2. Nascimento - A viagem
  3. O mundo - O reino de acauhan
  4. O reino - A morte
  5. A vida - A estrada
  6. A mulher e o Reino
  7. O amor e o desejo
  8. O mundo do Sertão
  9. A onça do Sol e a Onça do Mundo
  10. O sono e o Mito
  11. A leoa
  12. O campo
  13. O amor e a morte
  14. A moça caetana - A moça Sertaneja
  15. Lápide
  16. A morte - sol de Deus

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